JOÃO FAUSTINO |
A juíza da 6a. Vara Criminal de Natal, Emanoela Cristina, atendeu solicitação do Ministério Público Estadual e prorrogou a prisão temporária de 12 acusados de fazerem parte do grupo que atuou no Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) e que objetivava lucrar R$ 1 bilhão por meio da inspeção veicular que seria executada pelo Consórcio Inspar. Pela decisão de Emanoela Cristina, ficam detidos no Quartel General da Polícia Militar, em Natal, o ex-deputado federal João Faustino, Carlos Alberto Zafred Marcelino, Carlos Theodorico de Carvalho Bezerra, José Gilmar de Carvalho Lopes, Edson Cézar Cavalcante Silva, Marco Aurélio Doninelli Fernandes, Caio Biagio Zuliani, Jailson Herikson Costa da Silva, Fabiano Lindemberg Santos Romeiro, Marcus Vinicius Saldanha Procópio, Nilton José de Meira e Flávio Ganem Rillo. De acordo com informações do MP e com base nas investigações relacionadas à operação "Sinal Fechado", eles receberiam propina do advogado George Anderson Olímpio da Silveira, acusado de liderar a quadrilha, e atuariam como facilitadores das negociatas que envolveriam políticos e empresários. Entre eles os ex-governadores Wilma de Faria (PSB) e Iberê Ferreira de Souza (PSB), além de Lauro Maia (filho de Wilma).
George Anderson Olímpio da Silveira, apontado como líder da quadrilha e mentor do esquema fraudulento, Marcus Vinícius Furtado da Cunha e Alcides Fernandes Barbosa continuam presos, preventivamente. A juíza também atendeu solicitação do MP, de transformar em preventiva a prisão temporária de Carlos Alberto Safred Marcelino, que não foi encontrado pela operação e é tido como foragido. A prorrogação da prisão dos envolvidos se deve pelo fato de o MP ter mais tempo para analisar documentos apreendidos na operação.Os advogados de João Faustino tentaram na sexta-feira, 25, obter um habeas corpus, mas o pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça do Estado. No final de semana, o ex-deputado federal e suplente de senador passou mal e precisou de atendimento médico. João Faustino é acusado de atuar como lobista e teria recebido R$ 10 mil/mês para facilitar a atuação da quadrilha no Rio Grande do Norte.ENTENDAA prisão dos acusados de integrar grupo que atuava no Detran, de forma fraudulenta, começou na quinta-feira passada, 24, nove meses depois que o Ministério Público Estadual - em parceria com a Polícia Militar do RN - iniciou a operação "Sinal Fechado". As investigações apontaram para a existência de uma quadrilha que atuava no Detran e que iria ampliar sua atuação por meio de concessão autorizada pelo Governo do Estado para realizar a inspeção veicular.De acordo com as investigações do Ministério Público, o esquema foi iniciado em 2008 e sequenciado em 2009, quando a então governadora Wilma de Faria enviou projeto de lei à Assembleia Legislativa sobre a inspeção veicular. O projeto foi aprovado, uma licitação foi aberta e o Consórcio Inspar acabou vencedor do certame.As investigações apontaram que todo o processo foi direcionado para que o Consórcio Inspar vencesse a licitação. Nesse ponto, o MP afirmou que o então governador Iberê Ferreira de Souza, em 2010, beneficiou o grupo e teria recebido R$ 1 milhão, além da garantia de 15% de todo o lucro que o Consórcio Inspar iria obter em 20 anos, o qual chegaria a R$ 1 bilhão.Em nota à imprensa, o ex-governador rechaçou as afirmações do Ministério Público e disse que todos os atos relacionados ao Consórcio Inspar ocorreram durante a gestão Wilma de Faria. Já a ex-governadora, também em nota, se disse vítima de "pirotecnia jurídica" e afirmou que não existiam provas contra ela.O Ministério Público reagiu à nota de Wilma de Faria e reafirmou que existem provas da participação da ex-governadora, bem como do seu filho advogado Lauro Maia, que teria recebido R$ 10 mil/mês e teria direito a percentuais com a inspeção veicular no Rio Grande do Norte.FONTE: JORNAL DE FATO
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